“Nada de anormal, nada de ilegal, nada de imoral”, diz Admar Pozzobom sobre nomeação da esposa na prefeitura

O presidente da Câmara de Vereadores de Santa Maria, Admar Pozzobom, afirmou que a nomeação de sua esposa para um cargo de confiança na prefeitura ocorre dentro da legalidade e não configura nepotismo. A declaração foi feita durante entrevista ao programa Bom Dia, Cidade!, da Rádio CDN, na manhã desta terça-feira (16), em meio à repercussão do caso nas redes sociais e às críticas feitas por setores da oposição.

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Questionado sobre o tema, Pozzobom sustentou que não aceitaria qualquer indicação que estivesse fora da lei e destacou o histórico profissional da esposa no serviço público. Segundo ele, Giovana Rossi atuou por mais de uma década como conselheira tutelar e possui experiência em diferentes gestões estaduais. 

– Ela já trabalhou no governo Sartori, trabalhou no governo Eduardo Leite, foi conselheira tutelar por 12 anos e foi convidada para assumir um cargo na prefeitura. Nada de anormal, nada de ilegal, nada de imoral, tudo dentro dos conformes. Se nós tivéssemos feito alguma coisa ilegal, eu não iria aceitar – explicou o presidente do Legislativo. 

Pozzobom também rebateu acusações de nepotismo e explicou que a vedação legal se aplicaria apenas em situações específicas. Conforme o vereador, não há parentes seus ocupando cargos no Executivo indicados por ele nem servidores da prefeitura nomeados em seu gabinete, o que, segundo afirmou, mantém a situação “tudo dentro da lei”. O presidente acrescentou ainda que indicações políticas fazem parte da relação institucional com o governo.

– Ela só não podia ser colocada como um cargo de confiança antes na prefeitura porque o meu irmão, Jorge Pozzobom, era prefeito e seria considerado nepotismo. Eu tenho direito a indicação de alguns cargos por defender o governo, isso é comum em qualquer parte (da política) – afirmou Pozzobom.

Acusações de censura na Câmara

Além da polêmica envolvendo a nomeação, o presidente da Câmara comentou as críticas relacionadas às medidas adotadas nas últimas sessões plenárias, que foram marcadas por protestos, discussões acaloradas e acusações de censura por parte de manifestantes. Pozzobom negou qualquer cerceamento à manifestação popular e afirmou que as decisões foram tomadas com base em orientações de segurança. ​ Segundo ele, o que houve foi a proibição de determinados objetos que estariam interferindo no andamento dos trabalhos legislativos, mas manifestações como aplausos e vaias seguiram permitidas.

– Ninguém censurou ninguém. Foi proibida a entrada de material sonoro que estava, sim, atrapalhando as sessões. As vaias e as palmas foram permitidas. Nós só temos que conduzir uma sessão com segurança. Aquela corneta que era usada na Copa do Mundo, nós proibimos por orientação dos órgãos de segurança, porque aquilo também passa a ser uma arma. O que não pode é ter ofensas pessoais ou tentativas de agressões, isso nós tentamos coibir em todas as sessões.

Como desdobramento dessas medidas, o presidente anunciou a intenção de implementar um sistema de identificação para acesso ao Legislativo a partir do retorno do recesso. Pozzobom argumentou que a Câmara de Santa Maria é uma exceção entre os órgãos públicos nesse aspecto.

– Estou deixando pronto para, se Deus quiser, nós entrarmos na volta do recesso com a identificação facial na Câmara. A Câmara de Santa Maria é o único órgão público que ninguém se identifica para entrar – explicou, comparando com a prefeitura, a Assembleia Legislativa e a Câmara dos Deputados.

Eleição para o próximo presidente da Casa

Na entrevista, o presidente também confirmou que a sucessão na Mesa Diretora já está definida dentro do grupo majoritário, em eleição que deve ocorrer nesta quinta-feira (18), em sessão específica. Segundo ele, o grupo conta com votos suficientes para conduzir a escolha.

– O nosso próximo presidente, dentre o grupo que eu defendo, que nós apoiamos, é o nosso decano, o vereador Sergio Cecchin (Progressistas) – afirmou.

A eleição da nova Mesa Diretora acontece após a leitura do relatório final da atual presidência e marca o encerramento do ciclo de gestão de Admar Pozzobom à frente do Legislativo municipal.